quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Obras de Murilo Mendes

História do Brasil (1932) é um livro de sátiras e poemas-piadas, que põe a nu os ridículos de nossos fastos. Em Tempo e Eternidade (1935), livro de parceria com Jorge de Lima, pratica uma poesia confessional ou dirigida à Musa, de expressão solene, eloqüente, por vezes quase litúrgica. A bipartição entre Deus e a Musa poria A Poesia em Pânico (1938), pois a Igreja lhe disputa o amor da Musa. Esta vence e recolhe o amor que deveria ser consagrado à Igreja; mas o poeta fica em pânico, a identificar mulher e pecado, segundo a linha que vem da Tentação e da Queda. O Visionário (1941), que desenvolve algumas diretrizes de Poemas, com ainda maior confusão de tempos e formas, de coisas e alucinações, é um dos livros mais representativos da segunda fase de nosso Modernismo; não se parece a nenhum outro de nenhum outro autor, mas é um M. veemente e condensado. As Metamorfoses (1944) são repassadas pela amargura da vida, num mundo tiranizado pela guerra, injusto e sangrento, em que os homens fazem a parte de Caim uns contra os outros. Só a bondade, isto é, a poesia, o poderá salvar. Mundo Enigma (1945) traz, como novidade na obra muriliana, a nota do amor não desesperado, mas suave, e a introdução, na poesia lírica, de um conceito conclusivo, como se se tratasse de "moral da história". Poesia Liberdade (1947) é um livro no qual se reflete, como nAs Metamorfoses, a amargura suscitada pela guerra, ditadores e injustiças que trucidavam o mundo conflagrado. Deseja o poeta a comunhão dos homens e dos povos. Contemplação de Ouro Preto (1954) é uma procura de ordenação pelo poeta, que cultiva o decassílabo, o alexandrino e outros metros: reporta-se o livro às velhas cidades de Minas, com sua atmosfera de endoenças. De . 1959 datam Poesias (1925-1955), reunião dos livros anteriores, com sua atmosfera de endoenças. De 1959 datam Poesias (1925-1955), reunião dos livros anteriores, exclusão de História do Brasil e inclusão de livros inéditos ou novos, como Bumba-meu-Poeta (1930), Sonetos Brancos (1946-1948), Parábola (1946-1952) e Siciliana (1954-1955). Posteriormente viria a lume Tempo Espanhol (1950), como Siciliana resultante das viagens do poeta. 


Enviado pela aluna: Natasha

Murilo Mendes


Biografia

Murilo Monteiro Mendes nasceu em Juiz Fora, Minas Gerais, em 13 de maio de 1901.  Dois acontecimentos marcaram a juventude de Murilo Mendes, a passagem do cometa Halley, em 1910, e sua fuga do colégio interno em Niterói para ver, no Rio de Janeiro, as apresentações do dançarino russo Nijinski, em 1917. Ambos, cometa e bailarino, foram considerados por ele, verdadeiras revelações poéticas. Entre os anos de 1924-29, apareceram seus primeiros poemas nas revistas modernistas, "Antropofagia" e "Verde". O poeta faz parte da chamada Segunda Geração Modernista. Médico, telegrafista, auxiliar de contabilidade, notário e Inspetor do Ensino Secundário do Distrito Federal. Foi escrivão da quarta Vara de Família do Distrito Federal, em 1946. Se mudou para Roma em 1957 onde trabalhou como professor  de cultura brasileira, ensinando em vários países da Europa. Defensor da liberdade, Mendes se declarou inimigo pessoal de Hilter, como foi e seria sempre de qualquer tirano. Em tudo Murilo foi revolucionário. Até sua conversão para o cristianismo, tão incompreendida, na polaridade angelismo/demonismo, foi ao contrário um ato de resistência. E não se tratava de aceitação e sim, uma nova proposição: a saber, a proposta de um catolicismo mais voltado para os problemas humanos, terrenos. Sua primeira obra, “Poemas”, só veio a público em 1930. Nela já transparecia traços que marcariam sua poesia futura: “a presença constante de metáforas e símbolos, a dilaceração do eu em conflito, a inclinação ao surrealismo e os contrastes: abstrato/concreto, lucidez/delírio, realidade/mito. Murilo Mendes tem uma obra abundante, mas sem perder a qualidade, pois também é fascinante. Com imensa liberdade criadora e lírica, arrisca-se até no surrealismo. Começou pelo humor da poesia modernista, passando pelo catolicismo, o misticismo, o onírico e o insólito, sempre mantendo a plasticidade imagética. Até atingir uma objetividade que beira os fatos históricos, visto que apresenta paisagens carregadas de estilhaços e fragmentos da história. Sendo surrealista, precisa ser recomposto pelo leitor, para enfim, sem compreendido e querido.



Obras:
  • Poemas (1930)
  • História do Brasil (1932)
  • Tempo e Eternidade. Colaboração de Jorge de Lima (1935)
  • O Sinal de Deus (1936)
  • A Poesia em Pânico (1936)
  • O Visionário (1941)
  • As Metamorfoses (1944)
  • O Discípulo de Emaús (1945; 1946)
  • Mundo Enigma (1945)
  • Poesia Liberdade (1947)
  • Janela do Caos (1949)
  • Contemplação de Ouro Preto (1954)
  • Poesias (1925-1955).
  • Tempo Espanhol (1959)
  • A Idade do Serrote (memórias) (1968)
  • Convergência (1970)
  • Poliedro (1972)
  • Retratos-relâmpago (1973)
Fontes:
Losofonia Poética

Enviado  pelas alunas: Karen e Jennifer